noticias

Notícias

Danças Circulares na mídia. Acompanhe as notícias das atividades do movimento no Brasil.

Conversa Circular com Bia EstevesPublicado em 30/05/2017

Conheça a história da focalizadora Beatriz Esteves, que vive no universo das Danças Circulares desde 1987 e foi a pioneira que iniciou as Danças Circulares nos parques.



Conversas Circulares é uma nova sessão criada por Deborah Dubner para adentrar no universo dos GUARDIÕES DAS DANÇAS CIRCULARES SAGRADAS no Brasil. . Através de entrevistas informais, vamos conhecer histórias que merecem ser lembradas, sonhos e vocações. O convite é honrar os passos, de mãos dadas com cada um destes seres que fazem do grande círculo um bem comum!

Bia Esteves foi a pessoa que iniciou a Dança Circular em Parques. Sua paixão por esta atividade é visível por quem a conhece. Há mais de 25 anos ela focaliza mensalmente uma roda no Parque da Água Branca, em São Paulo. Bia certamente é uma guardiã das Danças Circulares e um ser humano inspirador. Conheça um pouco da sua trajetória!

- Conte um pouco sobre a sua entrada no mundo das Danças Circulares

O convite, que mais parecia uma intimação, partiu de uma pessoa desconhecida que, fitando meus olhos, disse que eu deveria ir à Nazaré Paulista para participar dos encontros de Meditação na Dança. Isto aconteceu em 1987, em um vestiário de uma escola de Yoga. Ao responder que nunca havia ouvido falar dessa cidade e da atividade, ela prontamente se ofereceu para levar-me. E, assim, há trinta anos mantenho este caso de amor e dedicação com as Danças Circulares, cumprindo a minha missão de compartilhá-las.

- O que de mais importante fica para você como aprendizado durante todos estes anos que tem levado as Danças Circulares para as pessoas?

Foi, primeiramente, o meu despertar espiritual que me levou a buscar um sentido para minha vida e a revelação da minha missão;
- a possibilidade de usar os movimentos do corpo como oração e um processo de cura;
- o sentimento de respeito, amor e união com tudo e todos os seres;
- o  aprendizado de que a leveza, a alegria, a beleza e a simplicidade são os instrumentos para se vivenciar a paz no coração e contribuir para se estabelecer a paz na Terra. Tudo isso são as dádivas das Danças Circulares Sagradas na minha vida.

- Você foi a precursora de um trabalho voluntário de Dança Circular nos Parques. Seu exemplo inspirou muitas pessoas que atuam em parques em todo o Brasil. Conte sobre esta experiência, desde o início até os dias de hoje.

Quando levei meus alunos de Yoga do Departamento de Geriatria do Hospital das Clínicas para fazermos encontros semanais de Danças Circulares, no Bambuzal do Parque da Água Branca, nunca poderia imaginar que esta atividade pudesse vir a ter vida tão longa. Aos poucos, os frequentadores do parque começaram a entrar na roda.
Por falta de tempo resolvi fazer os encontros mensamente, todo último domingo do mês. Com o crescimento da roda, a administração do parque resolveu incluí-la na sua programação , muito embora nunca tenham dado nenhum suporte, a não ser a reserva do local.
Com o passar dos anos, os bambus cresceram e formaram uma linda Catedral Gótica. Segundo os mapas antigos da região, índios guaranis habitaram naquele espaço do parque. Para todos que conhecem o Bambuzal ele é um lugar sagrado e de cura.
Hoje formamos o Grupo Mandala, com minhas amigas e ex-alunas, Beth Michelin, Ivone Barwick e Malú Barros. Juntas cuidamos para que esta roda continue a cumprir sua missão.
Espero que este trabalho continue a inspirar mais focalizadores a procurarem praças e parques públicos para que novas rodas possam contribuir para levar beleza, alegria, fraternidade e esperança a este mundo tão necessitado de PAZ .
E aqui vai o convite para que todos possam dar as mãos na nossa roda de setembro, para juntos festejarmos os 28 anos do projeto “CIRANDAS NO PARQUE” no Parque da Água Branca.

- Quais focalizadores mais influenciaram a sua jornada?  Por quê?

Primeiramente foi Cristina-Sabira, uma suíça que residia em Nova Friburgo, pela sua competência, dedicação e seriedade com que levava seu trabalho e o esforço em trazer ao Brasil, os primeiros e mais importantes focalizadores do exterior.
- Marianne Inselmini, suíça, discípula de Anastasia Jeng e Gabriele Wosien. Além das danças meditativas, dos florais, danças tradicionais dos povos e suas próprias coreografias, ela nos presenteava com os cantos dos Alpes. Marianne conquistou, não somente o meu coração, mas o de todos que tiveram o privilégio de participar de seus treinamentos. Sua presença era de uma simplicidade, transparência e amorosidade tão marcantes que jamais esquecerei.
-   Joyce Dijkstra, holandesa, médica naturalista e especialista em dança-terapia. Joyce,  discípula de Anastasia Jeng, nos proporcionou o aprofundamento nas danças de cura meditativas e dos Florais de Bach.
-  Friedel Kloke, Laura Shannon, Maria-Gabrielle Wosien, Anna Barton, Philip Tanzen, Neil Douglas-Klotz e muitos outros mestres que vieram compartilhar seus conhecimentos.
-  Dorothy Pritchard, inglesa residente no Rio de Janeiro, pela sua jovialidade e alegria ao participar das vivências, sua disponibilidade em traduzir artigos dos focalizadores estrangeiros, grande apoiadora de qualquer iniciativa para o engrandecimento das Danças Circulares Sagradas.

- Quais as qualidades que você considera essenciais a um focalizador de Danças Circulares?

Acho imprescindível que antes de fazer um curso para ser focalizador, a pessoa deve ter tido um tempo de, apenas, vivenciar as Danças. Ao sentir-se tocado no mais profundo do seu ser, aí sim, estará pronto para fazer um curso com esta finalidade. Creio que as Danças Circulares Sagradas vão muito além do aprendizado técnico de passos, gestos, ritmo, simbologia e conhecimento da cultura de povos e tradições.

- Para a continuidade da sua jornada pessoal no mundo das Danças Circulares, poderia compartilhar um sonho?

Não é bem um sonho mas um desejo que as Danças Circulares Sagradas não se tornem mais um modismo, um objeto de disputas e competições. Que nós, focalizadores, possamos honrar esta arte milenar de dançar em roda, tendo a responsabilidade de manter o foco na expansão da consciência, espírito de aceitação do diferente, simplicidade e amorosidade.
Agora, meu sonho, é continuar realizando os Encontros Ecumênicos em Itupeva, onde resido atualmente, levando os dirigentes das várias tradições religiosas a darem as mãos na roda e sentirem que há um só Deus, não importando a forma como é nomeado e cultuado. Perceberem, também, que o círculo sagrado das Danças Circulares poderá ser a mais elevada e silenciosa oração de gratidão e louvor ao Criador.

- Aproveitando sua experiência, compartilhe um conselho para quem está começando.

Dancem muito, muito mesmo, até que esta paixão e alegria cresçam tanto dentro do peito que se tornem tão importante quanto o ato de respirar. Dividam esta dádiva divina a todos, em qualquer lugar que seja possível formar uma roda. Quando não tiverem a quem dar as mãos, dancem com os anjos, com as fadas e gnomos. Por experiência própria digo que isto é possível e mágico. Não acreditem em minhas palavras. Experimente!

LEIA OUTRAS CONVERSAS CIRCULARES! 

>> Monica Goberstein (publicado em Junho/2017)

>> Renata C. Lima Ramos (publicado em agosto/2017)