#2. CONSTRUÇÃO DO CONTEÚDO DE UM TEMA DE DCS

Assim que escolho o tema que vou trabalhar em certo espaço, tempo, grupo, contexto...começo a pesquisar e me abrir para todas as conexões possíveis com o tema.
Para mim este é um momento muito valioso, onde a pesquisa pessoal seja em livros, sites, vídeos, materiais antigos que vou me lembrando aos pouco que possuo e outros que vou encontrando, vão formando um arcabouço de materiais que poderão ser utilizados em meu trabalho com o tema. Como amo textos, livros, poemas, músicas me conecto bastante com isso, mas também aos antigos passos e danças, workshops que participei que vão sendo acessados a partir do tema.
Começo a enxergar o tema em todos os aspectos da minha vida, pois o mergulho é intenso...e assim as conexões e fios invisíveis começam a se tornar visíveis, a se revelar, se expressar em minha vida e nos passos e gestos das danças. Ora autorais e noutros momentos em danças tradicionais ou de outros focalizadores que amo ou que são desafios, mas que têm total conexão com o tema (através do meu olhar, claro). Adoro a diversidade de músicas, danças, passos, coreógrafos...
Esta construção do conteúdo não para em mim não, pelo menos é assim que sempre trabalho, continua com os outros a partir do momento que começo a expressar no mundo e nos círculos de DC. E os amigos e amigas começam a se conectar ao tema e a este corpo de conteúdo e começam a colaborar na construção. Que não é mais só minha, é de todos nós...Trazem imagens, textos, frases, poemas...colaboram com tantas ideias que às vezes é até difícil dar limite...como um educador em sala de aula que empodera as crianças e após a liberdade de expressão precisa construir acordos e limites para conseguir cumprir seus objetivos. Que delícia conquistar estes desafios e acolher com amor igual coração de mãe...
Hora de descartar também excessos, clarear elementos mais importantes e outros que podem ficar para depois.
E assim o corpo de conteúdo vai sendo construído dia a dia como se eu estivesse enchendo de água um cântaro vazio.
O botão de flor vai se abrindo aos poucos, dia a dia em que vamos dançando, conversando, partilhando, vivendo o tema em nossas vidas até que ele se ‘encerre’ para dar lugar a outro. Até que a flor esteja totalmente aberta e entregue à vida, quando o tema se fecha já que mora dentro de nós e assim pode seguir se renovando e renascendo...