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A IMPORTANCIA DE RITUALIZAR


Publicado em 27/07/2022

Mairany Gabriel


A IMPORTANCIA DE RITUALIZAR

Somos seres ritualísticos.  Se analisarmos o dia a dia pessoal, vamos perceber que normalmente criamos pequenos rituais quando organizamos o dia, a semana e a própria vida.
Os rituais estão intrínsecos na essência do ser humano.

Nos deparamos com vários tipos de rituais na história da evolução da humanidade.

Pagãos ou religiosos, desde sempre o humano sentiu a necessidade de colocar em prática ritos que lhe levasse a outros estados de consciência ou que lhe fizesse se sentir pertencente à um grupo ou comunidade.

Maluba -Maria da Purificação Freitas, em seu livro Asas de Águia no Olhar do Sol nos diz:
“O microcosmo individual tem uma região habitada dotada de um centro, um lugar invulnerável onde o Sagrado se manifesta. Este espaço sagrado é percebido e construído ritualmente. A presença da configuração da geografia sagrada ritual é um espaço real porque o rito vai relatar as manifestações da realidade de modo verdadeiro...” (p.85).

Trazendo esses conceitos para as Danças Circulares Sagradas, vamos entender a construção de uma dinâmica que vai além do movimento e da música. 

Sabemos que a música e os movimentos de uma dança, por si só já propõe a alegria, o trabalho corporal de lateralidade, equilíbrio e ritmo, a socialização; mas proponho irmos além.

Quando estamos de mãos dadas em círculo, organizamos um centro, fazemos uma harmonização inicial e final, já começamos a criar um ritual. Criamos nesse espaço um campo energético que propicia o encontro com o sagrado pessoal e isso propõe que aquele é um espaço seguro e de confiança.

Durante o tempo que aquele grupo está junto, estarem todos de mãos dadas, dançando ou não, reforça o apoio ao pertencimento, à confiança e à segurança emocional de cada um. Os ritmos individuais se organizam num ritmo grupal e o grupo flui.

O centro individual onde mora o sagrado pessoal se alinha com o centro do grupo e assim o Sagrado se manifesta como momentos de êxtase, de alegria, de introspecção, de purificação, de pequenas curas.

Esses momentos acalmam a alma e é possível cada um se encontrar com esse espaço pessoal, que faz parte da sua essência e pelo qual todos buscam: o lugar da paz interior.
Cria-se aí uma egrégora, um portal, onde há o encontro do ser com seu estado de consciência espiritual.

É possível entender a mudança dos estados frequenciais do humano se compararmos esses momentos com os estados normais do dia a dia.

Os gestos, os passos, as músicas e as oportunidades desse encontro com o sagrado pessoal, fazem das práticas das Danças Circulares Sagradas um instrumento de elevação da consciência coletiva, partindo do micro para o macro.

Dizemos que onde se dança a energia do lugar muda e eu quero reafirmar que quando um de nós humanos mudamos, o macro já começou a mudar também!

 


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