A IMPORTANCIA DE RITUALIZAR
Somos seres ritualísticos. Se analisarmos o dia a dia pessoal, vamos perceber que normalmente criamos pequenos rituais quando organizamos o dia, a semana e a própria vida.
Os rituais estão intrínsecos na essência do ser humano.
Nos deparamos com vários tipos de rituais na história da evolução da humanidade.
Pagãos ou religiosos, desde sempre o humano sentiu a necessidade de colocar em prática ritos que lhe levasse a outros estados de consciência ou que lhe fizesse se sentir pertencente à um grupo ou comunidade.
Maluba -Maria da Purificação Freitas, em seu livro Asas de Águia no Olhar do Sol nos diz:
“O microcosmo individual tem uma região habitada dotada de um centro, um lugar invulnerável onde o Sagrado se manifesta. Este espaço sagrado é percebido e construído ritualmente. A presença da configuração da geografia sagrada ritual é um espaço real porque o rito vai relatar as manifestações da realidade de modo verdadeiro...” (p.85).
Trazendo esses conceitos para as Danças Circulares Sagradas, vamos entender a construção de uma dinâmica que vai além do movimento e da música.
Sabemos que a música e os movimentos de uma dança, por si só já propõe a alegria, o trabalho corporal de lateralidade, equilíbrio e ritmo, a socialização; mas proponho irmos além.
Quando estamos de mãos dadas em círculo, organizamos um centro, fazemos uma harmonização inicial e final, já começamos a criar um ritual. Criamos nesse espaço um campo energético que propicia o encontro com o sagrado pessoal e isso propõe que aquele é um espaço seguro e de confiança.
Durante o tempo que aquele grupo está junto, estarem todos de mãos dadas, dançando ou não, reforça o apoio ao pertencimento, à confiança e à segurança emocional de cada um. Os ritmos individuais se organizam num ritmo grupal e o grupo flui.
O centro individual onde mora o sagrado pessoal se alinha com o centro do grupo e assim o Sagrado se manifesta como momentos de êxtase, de alegria, de introspecção, de purificação, de pequenas curas.
Esses momentos acalmam a alma e é possível cada um se encontrar com esse espaço pessoal, que faz parte da sua essência e pelo qual todos buscam: o lugar da paz interior.
Cria-se aí uma egrégora, um portal, onde há o encontro do ser com seu estado de consciência espiritual.
É possível entender a mudança dos estados frequenciais do humano se compararmos esses momentos com os estados normais do dia a dia.
Os gestos, os passos, as músicas e as oportunidades desse encontro com o sagrado pessoal, fazem das práticas das Danças Circulares Sagradas um instrumento de elevação da consciência coletiva, partindo do micro para o macro.
Dizemos que onde se dança a energia do lugar muda e eu quero reafirmar que quando um de nós humanos mudamos, o macro já começou a mudar também!