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Bia Esteves lança livro digital sobre sua história de 30 anos nas Danças CircularesPublicado em 05/03/2018

O livro pode ser acessado gratuitamente e traz passagens importantes sobre as raízes do Movimento das Danças Circulares Sagradas.



por Deborah Dubner

“Fui moleca de rua que adorava jogar bola de gude, pião, brincar de roda, esconde-esconde, estátua e muitas outras brincadeiras. De todas elas a que mais me encantava eram as rodas com suas cantigas infantis. No final do último ano antes de mudarmos para São Paulo, me recordo que uma professora entrou na sala de aula escolhendo os alunos que fariam parte das apresentações. Quando ela perguntou quem queria dançar balé, fui a primeira a ficar em pé, levantando a mão. Olhando-me através das lentes grossas dos meus óculos, ela sorrindo falou: “Impossível, dançarinas não usam óculos”.Naquele dia não andei no riozinho, nem subi nas árvores do quintal e não brinquei na rua. Parecia que o mundo havia desmoronado. Só pensava que nunca poderia dançar na minha vida.” (trecho do livro)

Beatriz Esteves, carinhosamente conhecida nos círculos como Bia Esteves, tem uma história de amor com as Danças Circulares que já dura 30 anos. Um relacionamento profundo, sagrado, que veio para ficar e transformar não apenas sua própria vida, mas a de centenas de pessoas que por ela passam.

Sua história virou um livro, daqueles que a gente não consegue parar de ler, regado com fina sensibilidade e carregado de verdade em cada sutileza de verso. “Danças Circulares – Uma Viagem Sagrada” está disponível gratuitamente e também pode ser acessado clicando neste link.

O prefácio é de Lúcia Benfatti, Coordenadora do Programa A Paz pede Parceiros (Associação Palas Athena).

Histórias e depoimentos que se entrelaçam com outras vidas brasileiras e estrangeiras compõem esta linda teia que honra as raízes de um lindo movimento transformador e curador. Dentre os diversos temas abordados, destaca-se o início das rodas ao ar livre, da qual Bia foi precursora no Brasil. Outros temas importantes como a Dança Circular e a Pedagogia do Amor, rodas com os índios xavantes, resgatando a ancestralidade do nosso povo e dezenas de outras rodas temáticas, geracionais, ecumênicas, com crianças, adultos e idosos dentro e fora do Brasil dão colorido à cada página dançante.Várias fotos ilustram estes momentos, dando mais vida a cada experiência.

Sobre a História deste livro
Por Bia Esteves

Há muito tempo eu vinha adiando os inúmeros pedidos de amigos praticantes e focalizadores das Danças Circulares para que eu colocasse no papel a minha visão, não somente como esta atividade teve início no Brasil, mas como foi que ela se tornou tão marcante na minha vida.

Confesso que me assustei ao lembrar que esta história já havia completado trinta longos anos! 
Algumas vezes tive vontade de parar de escrever ao pensar que outros focalizadores, além de se expressarem com maior fluidez e beleza, também haviam participado de todo esse processo da introdução das Danças Circulares no Brasil, na comunidade de Nazaré Paulista.

Lembrei-me que este receio era uma das máscaras ocultas do orgulho. Era o medo de ser julgada. E aí, arranquei a máscara, criei coragem e fui adiante.....
Às vezes, voltando ao passado, tinha a impressão que os fatos haviam acontecido ontem e, outras vezes, parecia uma eternidade, tantas foram as mudanças na minha vida e mais ainda no mundo ao meu redor.

Foi maravilhosa a ajuda da minha amada amiga Dorothy contando sobre os primeiros mestres que vieram ao Brasil, nossos meios de comunicação (sem internet e celular) e a linda homenagem que fez a Patrícia Azarian, sua mestra e minha irmã de alma, que com sua simplicidade soube honrar e transmitir o sagrado das Danças Circulares. 

Enriquecedores também foram os depoimentos de Marilú Martinelli e Maristela Ramos no capítulo sobre a introdução das Danças Circulares na Fundação Peirópolis, em Uberaba.

Minhas queridas companheiras do Grupo Mandala, Beth, Malú e Ivone além do incentivo para que eu escrevesse estas memórias, contribuíram com suas histórias de como foram tocadas ao conhecerem as rodas do Parque da Água Branca.

Um lindo poema foi escrito para este livro por Tuca Quintal, falando dos seus sentimentos ao participar das rodas como integrante do CEDPES (Centro de Desenvolvimento e Pesquisas sobre o Envelhecimento Saudável).

Quanto mais danço mais tenho vontade de convidar todos para entrar na roda. Quisera que essa doce loucura se tornasse uma epidemia capaz de contagiar o mundo todo, para que não houvesse mais competição e sim vontade de compartilhar o dom maior do bem querer.

Quando se chega perto das 80 primaveras, o tempo vai ficando cada vez mais precioso, pois sabemos que a viagem está terminando. Por outro lado, curiosamente, mesmo sabendo desta realidade, acho que a experiência de estar de mãos dadas na roda me faz sentir que não há ponto final nesta viagem sagrada e isto parece justificar o fato de que estou sempre fazendo projetos e trabalhando para que eles se realizem.

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