A OPORTUNIDADE DA VIVÊNCIA DE AUTOCONHECIMENTO COM AS DANÇAS CIRCULARES
Por Gabriela Bessa Barreto
As danças circulares vêm sendo utilizadas como uma ferramenta de desenvolvimento humano em diversas áreas de atuação. Em um tipo de experiência como as vivências terapêuticas em que o foco do trabalho é a pessoa propriamente dita, seja numa sessão que se passa em uma tarde ou, quando há a frequência contínua, podemos ter a oportunidade de abertura de um processo de transformação pessoal importante através da vivência de inteireza proporcionada.
Com mais consciência de nós mesmos em relação a nós e aos outros vivenciando na roda essas relações, unindo a reflexão, processo mental, o movimento corporal e as emoções para uma nova compreensão de nós mesmos na vida. Podemos nos inspirar nessas descobertas da vivência para agir no mundo. Torna-se possível transpor obstáculos com o impulso deste trabalho integrador.
A dança circular traz a corporeidade de uma cultura carregada de significados próprios daquela tradição que se ampliam e atuam em cada pessoa de modo singular, tecendo uma teia de relações que aproxima culturas, pessoas, dando um sentido mais pleno ao indivíduo e faz do movimento corporal uma via de experiência enriquecida.
O movimento que é compreendido usualmente com o sentido de carregar, transportar algo ganha um significado mais amplo, que vem de Aristóteles, originar, brotar e expirar, desaparecer, multiplicar, crescer e decair, mudança, ou seja, vários aspectos de transformação. É esse sentido que encontramos na natureza também o mesmo ocorre com o homem e suas relações.
A partir dessa ampliação do conceito de movimento, uma vivência de dança circular que tem o foco no olhar essa pessoa e dar espaço para que ela possa expressar e cuidar de si mesmo, concilia esse sentido mais amplo propondo um encontro dinâmico, vivencial, que pode utilizar exercícios escritos, leituras, aliado ao movimento corporal através da dança circular para que possamos realizar a atividade de reflexão individual e em grupo quando assim desejado. A intenção é de proporcionar uma maior apropriação da experiência presente.
A vivência de dança circular pode ser então uma brecha de saúde para o homem moderno no cotidiano da sociedade massificante atual. Resgatando o sentimento de pertencimento ao ser humano, dando voz e lugar a individualidade conectada com a coletividade, proporcionando a pessoa o estar presente. Produz uma quebra no estado de sentir-se mais uma peça de engrenagem que nos faz acreditar que estamos condenados a sobreviver em uma qualidade de ser muito precária. Então movimenta as possibilidades próprias de cada um para gerar qualidade de vida.