São elas que geralmente amenizam a saudade de algo lindo que se viveu. São elas que funcionam como atalhos para os reencontros com o acontecido que não volta mais. Trazem o conforto ocasional através do belo. Nelas as pessoas podem se ver de fora para dentro no instante de um gesto simples.
Inexplicável esse fascínio de olhar o mundo por uma fresta, desvendar a magia como um ser curioso que espiona uma vivência de outrem.
Através do pequeno buraco que chamamos visor, garimpar belezas e armazená-las dentro de uma capsula do tempo - a câmera fotográfica.
Através desta invenção magnífica posso ver o que ninguém mais pode e depois espalhar belezas para o mundo.
Algo importante: não basta mirar a câmera e apertar o botão para registrar uma dança, antes preciso estar de coração no que estou fazendo, pois para que a fotografia se torne, de fato, a dança que desejo transmitir ao mundo, é preciso que eu também dance, é preciso que eu sinta em meu mais profundo o que a dança diz.
Dançar na roda é o que motiva a minha inspiração, juntar minhas mãos com outras mãos é o que me conecta com o melhor em mim.
Aprendi fotografando que só é possível captar a beleza no outro quando vivemos essa beleza na gente.
Fotografar a dança circular é viver um encantamento contínuo. É fazer da fotografia também uma dança. É garimpar e apoderar-se dos instantes que ficaram no tempo para depois então compartilhá-los com todos.
Há quem goste de produzir o centro antes da dança, há quem goste de t focalizar... Eu amo fotografar, filmar, eternizar o que é único, doar o meu olhar para esta prática absolutamente fascinante.
Nas fotografias das danças circulares as mãos nunca mais se soltarão, os abraços nunca mais cessarão e as fotos sempre irão ecoar como um convite para que as pessoas entrem na roda para dançar e perpetuar suas belezas.