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Lembrança emocionada. Espera renovada...

A gente não sabe, não desconfia, mas ela é, em sons inefáveis, um urro, uma reivindicação: Amemos o mundo! Interrompamos a louca engrenagem dos dias, há algo aqui que vale o universo inteiro, toda uma


Publicado em 25/11/2015

Amanda Mello


Toda dança começa com um estalo na cabeça do coreografo, 
explode em cadenciados movimentos que despontam. 
Assim nasceu o Minas Santo, de um estalo, foi despontando como passos de dança.
Por que o Minas Santo existe? Pergunto curiosa. 
Para contagiar de bem outros seres. Eu mesma respondo. 
Ele existe para apontar que podemos realizar grandes coisas sustentados na beleza e no amor. O Minas Santo existe como exemplo de que é possível criar uma atmosfera de gentileza no trabalho em grupo. 
Articular, gerir, contagiar, oportunizar... 
Ele existe para lapidar talentos, agregar habilidades, semear adesão, abranger o diverso... 
Um encontro de família...abraça, acolhe e potencializa emoções - podemos chorar e sorrir com a mesma graça. 

O Minas Santo é a própria dança. Planejado passo a passo, cultivado sonho a sonho. 
Resultando numa colheita farta de realidades possíveis: dançar debaixo da árvore na beira do mar... 
Quando dançamos neste encontro estamos desmontando a carapuça dos dias, abrindo vielas na armadura do dever, diluindo notícias ruins... 
Dançando juntos encontramos uma saída. 
A dança é uma forma de salvação. Uma quase dor de tanta beleza.
A gente não sabe, não desconfia, mas ela é, em sons inefáveis, um urro, uma reivindicação: Amemos o mundo! Interrompamos a louca engrenagem dos dias, há algo aqui que vale o universo inteiro, toda uma vida. 
A dança circular desperta num instante a desavergonhada alegria de se estar vivo neste planeta. E é tão maravilhoso encontrar e reencontrar tanta gente linda! Sentir no corpo e na alma o quanto podemos ser a própria generosidade. 
Eu acredito nesse encontro entre humanos como uma revolução e amo aqueles que dançam soltos. Porque, uma única vez na roda, foi suficiente para sabê-la preciosa. 
Dançando a alma ri: alto e despudorada. E então, o mundo abraça e agradece.
Foi uma linda festa, esta que se passou.
Possível, apenas, pela gentileza com que se tratam Fafa, Tetê, Lize, Ricardo, Bernardo, Lud e todos os outros... A cada um, minha mais sorridente feição grata.
As pessoas e os caminhos, se não se freqüentam, ganham folhas secas. 
Aprendi: que dancemos sempre, pra que tenhamos vida e beleza ininterruptamente.
Minas Santo agora é lembrança emocionada. Espera renovada...

 

 


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